Florianópolis, 13.11.2025 – A Academia FIESC de Negócios promoveu nesta quinta (13), em Florianópolis, o Radar Summit 2025, evento com empresários, especialistas e inovadores que discutiu liderança global, IA aplicada aos negócios, reputação, inovação e gestão.
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🔹ABERTURA
André Odebrecht, 1º vice-presidente da FIESC e presidente da Cassava S/A e da Bovenau Ltda, abriu o Radar Summit afirmando que o evento é uma oportunidade de crescimento para a indústria catarinense.
“É um momento em que podemos dividir experiências, em que a FIESC abre espaço para vivências da indústria de Santa Catarina e do Brasil. Isso é muito importante. Esta interação entre os diversos players da indústria sempre nos permite um crescimento muito expressivo.”
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🔹PAINEL LIDERANÇA GLOBAL EM TEMPOS DESAFIADORES
Chad Holliday, ex-CEO do Bank of America (telão), afirmou que há duas habilidades que as empresas devem desenvolver em tempos desafiadores: resiliência e comunicação. A primeira, destacou, abre espaço para o exercício da criatividade em momentos difíceis. Já a comunicação direta com colaboradores e parceiros comerciais possibilita a real compreensão dos desafios e também o surgimento de soluções inovadoras.
Eduardo Vetter, vice-presidente da Eletroaço Altona, destacou a busca da empresa centenária por menor vulnerabilidade diante do desempenho variável de segmentos e clientes específicos. Ele contou que, a partir de uma decisão consciente de busca por diversificação, tomada em 2015, a Altona conseguiu ampliar a previsibilidade dos seus negócios. Hoje a empresa atende clientes de 27 segmentos pelo mundo, de empresas de geração de energia e fabricantes de trens e navios até a construtora da Esfera de Las Vegas e da nova base da Nasa para o lançamento da espaçonave que vai a Marte.
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🔹PAINEL CULTURA - FATOR CRÍTICO PARA O SUCESSO
Rosemeri Francener, presidente-executiva da Duas Rodas, disse que a cultura é “muito relevante” dentro da empresa de Jaraguá do Sul, que completa 100 anos em 1º de dezembro, e que ela passa de um ciclo para outro graças a um projeto estruturado.
“A cultura permeia as entranhas da empresa e nem sempre a gente consegue explicá-la de forma concreta, sólida. Ela se traduz nos nossos hábitos.”
José Mauricio Coelho, CEO da C-Pack, defendeu que nenhuma empresa pode subestimar a capacidade das pessoas de colaborar. Para ele, equipamentos não garantem o sucesso das organizações; é preciso abrir espaço ao “universo de possibilidades de colaboração” das pessoas.
“Você precisa contar com as melhores pessoas, e essas melhores pessoas precisam ser desenvolvidas. É necessário criar um ambiente propício à colaboração (...). As lideranças precisam desenvolver este ambiente e dar o exemplo.”
Luciano Abrantes, CEO da Cerâmica Portobello, afirmou que o grupo mantém a cultura da excelência operacional para se manter no mercado. Isso aparece, por exemplo, nas 170 lojas próprias, que seguem o mesmo modelo de atendimento e padrão de exposição. Ele afirmou que este modelo, desenvolvido em Tijucas, também será levado para os Estados Unidos, onde o grupo tem negócios. Abrantes acrescentou que a cultura da empresa também se expressa na inovação, segurança, cuidado com os colaboradores e clientes.
Fernando Cestari de Rizzo, consultor de empresas e moderador do painel, disse que o papel dos líderes é fundamental na cultura da empresa. Para ele, hábitos adotados dentro das organizações podem ser transportados para a vida pessoal dos colaboradores.
“É fundamental que os líderes sejam capazes de ter consciência na forma como conduzem esses assuntos. As culturas organizacionais são efetivas quando são compartilhadas com o time.”
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🔹PALESTRA IA PARA O CRESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
Ramon Martins da Silva, head de inteligência artificial da TOTVS, enfatizou que, até 2029, vivenciaremos três revoluções tecnológicas: biotecnologia, nanotecnologia e robótica, todas habilitadas por IA. De acordo com projeções da ARK Investment, o impacto da inteligência artificial no PIB global até 2030 será três vezes maior do que o efeito que a internet gerou em 15 anos, entre 1995 e 2010. Silva observou que, na prática, a tecnologia torna algo escasso em abundante.
“Estamos diante da primeira tecnologia criada pelo humano que é capaz de liberar o recurso mais escasso que nós temos, que é o nosso tempo.”
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🔹PAINEL REPUTAÇÃO EM JOGO
Fábio Santos, presidente da Associação Brasileira das Agências de Comunicação, apresentou uma definição simples de reputação:
“Reputação é aquilo que falam da gente quando a gente não está na sala.”
Ele disse que, se um dia a comunicação foi apenas estratégica, hoje é essencial para a existência das empresas. Santos destacou ainda a importância do diálogo das companhias com a imprensa, que exerce o papel de filtrar informações em um contexto de avanço da inteligência artificial, especialmente por declarar suas fontes.
Júlio Franco, executivo de imprensa da Tigre, destacou que a comunicação na empresa, com 5 mil colaboradores, 21 unidades fabris, faturamento superior a R$ 5 bilhões e 80 anos de história, tem foco maior em proteger a imagem do que em promover o nome, já consolidado. Ele apresentou o caso de como a empresa reagiu ao episódio do jogo “Tigrinho”, que colocou a marca em xeque. O nome Tigre chegou a correr o risco de desaparecer do Instagram por causa de um bloqueio associado ao jogo, o que reforçou a importância da comunicação para a gestão da reputação e a preservação da confiança na marca.
José Mateus, diretor-presidente da Habitasul, empresa com 58 anos de atuação, apresentou o caso de Jurerê Internacional, bairro que, segundo ele, “levou Florianópolis para o mundo”. Ele lembrou que o local enfrentou desafios de imagem e que o grupo adotou diversas iniciativas para o “resgate da reputação”. As ações envolveram o fortalecimento da autoestima dos colaboradores, o relacionamento com entidades e o poder público, além de um rebranding da marca, com mudanças nos conceitos de convivência, família, esporte, saúde e valorização da vida diurna.
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🔹PALESTRA INOVAÇÃO PARA O CRESCIMENTO DO PAÍS
O economista Paulo Gala, da Fundação Getulio Vargas, destacou que é difícil falar de inovação sem falar em indústria, uma vez que o setor é o grande demandante de tecnologia e serviços sofisticados. Para Gala, quando se fala de inovação, é preciso olhar para as máquinas, para a indústria e também para o software, já que o que enriquece um país são os serviços sofisticados ligados à produção industrial.
Ele comparou o desempenho do Brasil ao de Taiwan, que exporta o dobro de produtos com alta complexidade tecnológica, e afirmou que o desenvolvimento depende da capacidade de os países aumentarem a complexidade e a sofisticação dos seus sistemas produtivos.
Gala observou que a América Latina ainda não conseguiu avançar de forma significativa nesse sentido, com exceção parcial de Brasil e México, que vêm apresentando algum progresso. Nesse contexto, destacou Santa Catarina como um dos estados mais complexos e inovadores do país, resultado da forte integração entre tecnologia, diversificação e internacionalização dos negócios.
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🔹ENCERRAMENTO
Gilberto Seleme, presidente da FIESC, agradeceu a participação de todos e destacou o papel dos industriais para que Santa Catarina seja referência no país e no mundo. Ele lembrou que o estado conta com mais de 60 mil indústrias, é líder na geração de empregos e tem o maior valor agregado por tonelada exportada.
José Eduardo Fiates, diretor de Desenvolvimento Industrial e Inovação da FIESC, encerrou o Radar Summit destacando que as empresas catarinenses unem gestão eficiente, inovação tecnológica contínua e compromisso com o desenvolvimento da sociedade. Ele acrescentou que a liderança nas indústrias do estado inspira pessoas, forma equipes engajadas e mantém uma cultura corporativa sólida e duradoura.
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Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação Institucional
