Florianópolis, 14.11.25 - O PIB industrial per capita de Santa Catarina é o maior da América do Sul. O desempenho coloca SC na liderança do ranking não só entre os demais estados brasileiros, mas também superando a Argentina, por exemplo. O economista Paulo Gala explica que a diversidade e a complexidade produtivas catarinenses são as responsáveis pelo desempenho, com a capacidade de inovação em destaque.
“Santa Catarina tem a menor relação entre trabalhadores formais e beneficiários do Bolsa Família do país. O exemplo da economia de SC, baseada na indústria de transformação, produzindo produtos de alto valor agregado e com empresas internacionalizadas, deveria ser modelo para o Brasil”, avaliou durante apresentação na reunião de diretoria da FIESC nesta sexta-feira, 14.
Embora programas de transferência de renda sejam importantes, na avaliação dele, não há desenvolvimento econômico sustentável baseando o crescimento em assistencialismo.
“Nos últimos quatro anos o Brasil cresceu sustentado pelo crescimento desses programas, que atingiram R$ 1,3 trilhão. É um impulso econômico gigante, mas que no longo prazo pressiona a inflação e não traz incremento de renda e de produtividade ao país”, destacou.
Na visão de Gala, o Brasil seria mais bem sucedido ao investir os recursos hoje direcionados para programas de assistência para atividades que geram desenvolvimento econômico e inovação. Assim, a transferência de renda viria de uma média salarial maior, resultado da sofisticação produtiva, regiões mais industrializadas e empreendimentos mais inovadores.
Economia de SC
O economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, explicou durante a reunião, que o crescimento da atividade econômica de SC, embora esteja desacelerando, ainda é uma das mais altos do país. A diversidade produtiva está entre os fatores. Bittencourt também afirmou que essa diversificação da indústria em diversos setores também contribui para que o recuo de vendas aos Estados Unidos não comprometesse o desempenho das exportações do estado, que deve bater novo recorde em 2025. “Fomos capazes de ampliar as vendas para mercados internacionais onde já vendíamos e também conquistamos novos mercados, especialmente nos produtos que lideram nossa pauta exportadora.
Os resultados já começam a aparecer, segundo o economista-chefe da FIESC, e se refletem na alta de 5,1% das exportações de SC no ano até outubro, a despeito do tarifaço.
Para 2026, o economista espera a retomada da atividade para setores relevantes na geração de empregos em SC, com o provável recuo da taxa de juros. Segundo ele, a partir do segundo semestre, a economia poderá desacelerar ainda mais. Isso porque o incremento da renda disponível - derivada da isenção do IR para uma faixa maior de trabalhadores -, e juros mais acessíveis, podem elevar o endividamento.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação
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