Florianópolis, 10.11.2025 – Na mesma semana em que líderes mundiais se reúnem na COP 30 para debater metas de neutralidade de carbono, o SENAI lança em Santa Catarina a Jornada de Descarbonização da Indústria. A metodologia, desenvolvida integralmente pela rede Instituto SENAI, combina consultoria técnica, inovação e tecnologia, com foco em reduzir emissões de gases de efeito estufa e ampliar a eficiência energética.
O modelo atua em quatro frentes — diagnóstico, estratégia, mitigação e compensação — e reúne a expertise de três institutos de tecnologia do SENAI: ambiental, cerâmica e mobilidade elétrica. “Essa abordagem permite mensurar resultados, planejar investimentos sustentáveis e posicionar as empresas catarinenses, de todos os portes, na vanguarda da competitividade verde”, explica o diretor regional do SENAI/SC, Fabrízio Pereira.
Para o líder do Hub de Descarbonização da FIESC, Charles Leber, é possível crescer e, ao mesmo tempo, reduzir impactos. “A COP 30 reforça a urgência desse movimento e Santa Catarina já vem mostrando que a indústria é parte essencial da solução. O SENAI está ajudando as empresas a transformar esse desafio em oportunidade”, frisa. Indústrias interessadas em se integrar à jornada de descarbonização, devem procurar os Institutos SENAI.
Seminário debate descarbonização e eficiência energética
Nesta quarta-feira, dia 12, um seminário promovido pela FIESC em parceria com o SENAI reúne em Blumenau pesquisadores, empresários e lideranças internacionais para discutir soluções de descarbonização, eficiência energética e competitividade industrial. A programação completa e as inscrições podem ser feitas aqui.
Entre os destaques da programação estão palestras da pesquisadora portuguesa Maria João Rodrigues, do Instituto Superior Técnico de Lisboa, e do engenheiro suíço Pirmin Aregger, cofundador da empresa Recoal, especializada em tecnologias de captura e reaproveitamento de carbono.
O encontro terá ainda painéis conduzidos pelos Institutos SENAI de Tecnologia Ambiental, Cerâmica e Mobilidade Elétrica, com exemplos de como o uso de energias renováveis, consultorias técnicas e planejamento integrado destas ações, vem gerando resultados positivos para o parque industrial catarinense.
O seminário é uma realização do SENAI e da FIESC, por meio do Hub de Descarbonização. Durante o encontro, empresas catarinenses apresentarão seus cases de redução de emissões como a NIDEC e a SCGÁS apresentando suas perspectivas em relação ao uso de combustíveis renováveis em SC, resultando em práticas sustentáveis em suas operações e cadeias produtivas.
Indústria é protagonista deste processo
Em Brusque, a ZEN, indústria de autopeças, incorporou a agenda climática ao seu planejamento estratégico e vem avançando com resultados expressivos em eficiência energética e redução de emissões. Desde 2021, a empresa realiza o inventário de gases de efeito estufa e já reduziu em 42% a intensidade de emissões (kgCO₂e/h trabalhadas), passando de 2,282 para 1,328 entre 2021 e 2024.
“O plano de mitigação reflete o esforço coletivo do nosso time em integrar performance, excelência e sustentabilidade. Estamos preparando a ZEN para o futuro. Um futuro no qual a competitividade também se mede pela capacidade de gerar valor com menor impacto ambiental”, destaca o CEO da ZEN, Wilson Bricio.
O resultado reflete um ciclo de investimentos de R$ 150 milhões em modernização industrial e tecnologias mais limpas, incluindo um centro de transformação mecânica preparado para o uso de hidrogênio verde.
A IPEL, de Indaial, implantou uma tecnologia inédita de aeração por ar difuso — também conhecida como bolha fina — em sua Estação de Tratamento Biológico (ETB). A inovação, pioneira no setor papeleiro brasileiro, substitui sistemas tradicionais de aeração por difusores instalados no fundo do tanque, que liberam bolhas ultrafinas e garantem maior eficiência na transferência de oxigênio para os microrganismos que tratam os efluentes. O novo sistema elevou a taxa de transferência para cerca de 4,7 kgO₂/kWh, frente aos 3,5 kgO₂/kWh dos métodos convencionais, resultando em ganhos energéticos entre 20% e 40%, conforme as condições operacionais.
Além da eficiência energética, a tecnologia traz estabilidade ao processo, menor emissão de ruídos e aerossóis e uma operação mais limpa e segura para os colaboradores. “Essa tecnologia coloca a IPEL em um novo patamar de inovação no tratamento biológico, alinhando eficiência operacional com responsabilidade ambiental”, destaca Xalise Canani, gerente industrial da empresa.
A unidade da Nidec em Joinville, onde são fabricados os produtos Embraco, foi a primeira da empresa no mundo a alcançar neutralidade de carbono, operando 100% com energia renovável e zero envio de resíduos a aterros. A planta é responsável pela produção de soluções de refrigeração da marca Embraco, reconhecidas globalmente por sua alta eficiência energética e contribuição direta para a redução de emissões de carbono.
Sobre a COP 30
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 30) será realizada no Brasil, em Belém do Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro. Delegações de 140 países se reúnem no maior evento global das Nações Unidas para discussão e negociações sobre mudança climática. Participam líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais, representantes da sociedade civil, de governos, do setor privado, e de organizações internacionais.
Entre as indústria que marcam presença no evento está a JJG Carbon, uma holding familiar fundada e liderada pelo empresário Waldemar Schmitz, de Pinhalzinho, dedicada exclusivamente a projetos de crédito de carbono. Uma das iniciativas é a Fazenda Santana, dedicada à preservação de 3,6 mil hectares de floresta amazônica e à promoção do desenvolvimento sustentável por meio do mercado voluntário de créditos de carbono.
Com base na metodologia LCS003 e certificação independente da LUXCS, o projeto adota um sistema rigoroso de Monitoramento, Relato e Verificação (MRV), apoiado por dados do INPE (PRODES), garantindo transparência e credibilidade. Cada crédito é registrado na blockchain Polygon, assegurando rastreabilidade e autenticidade, e comercializado na B4.capital, a primeira bolsa de ação climática do país. Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 13 e 15) da ONU, o projeto reforça o papel do Brasil na proteção da Amazônia e no combate às mudanças climáticas globais.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação
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